Ozéia Oliveira

Ozéia Oliveira
SEJA VOCÊ!

domingo, 31 de outubro de 2010


O segundo livro, “Porque toda Mulher Precisa de um Gay em Sua Vida”, é basicamente um ensaio sobre as amizades entre gays e mulheres. Diz que é ótimo para elas ter amigos homo porque eles são divertidos, bem informados, gostam de olhar vitrines, fofocar e dar conselhos.

Poder-se-ia direcionar a crítica a essas obras sob o aspecto da estereotipificação. Mas confesso que me vi muito mais preocupado com outro assunto que também está presente nos dois livros.

O público alvo, tanto do “Príncipe” quanto do “Amigo”, é feminino. E o tema central é a relação da mulher com o homossexual – enquanto amizade ou enquanto enganação. Os parâmetros para se chegar ao ponto principal de cada obra, além da estereotipificação do gay, são também, de modo mais sutil, a definição do que é o verdadeiro homem hetero e do que deve ser uma genuína relação heterossexual.

Estabelecem-se regras do que uma mulher realmente deve esperar de um casamento quando se diz “se seu marido é arrumado demais, ele é gay” ou “você precisa ter um amigo gay para falar sobre moda e fofoca”. É uma forma de reafirmar a construção da mulher romântica e submissa, da dona de casa que trabalha feliz e se contenta, pois afinal seu marido é, com certeza, heterossexual. Uma das questões do teste da Veja exemplifica bem essa questão, quando diz nas entrelinhas: homem que é homem não mostra afeto ou mostra pouco, e a mulher tem que se contentar com isso.

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