Ozéia Oliveira

Ozéia Oliveira
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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Após o luto, e preciso encontrar a motivaçao para seguir em frente


O processo de luto


O luto é o lento processo de redefinição do nosso mundo sem a presença de alguém que amamos. Leva tempo e paciência para nos adaptarmos a esta grande perda. Não há mais fórmula a ser empregada, nem um planejamento a seguir. O luto é o processo de retomarmos muitas e muitas vezes às nossas memórias, sentimentos e imagens de nosso ente querido até que a perda se torne suportável.

Nossa resposta inicial à perda esmagadora é geralmente uma sensação de torpor. Essa reação natural amortece o golpe e nos permite encarregar-nos das responsabilidades e preocupações que envolvem a morte de um ente querido. A maioria das pessoas experimenta também algum tipo de negação, enquanto a mente e o coração tentam se conformar e se acomodar à perda. com o tempo, você perceberá que pode encarar sua perda. embora parte de você sempre vá estar enlutada, será possível assimilar a morte do seu ente querido.

Perder o companheiro é um processo doloroso em qualquer idade. Porém, quando o casal é idoso e viveu muitos anos juntos, o impacto do luto pode ser devastador e, não raro, levar a uma depressão fatal. São muitos os casos em que, após a morte de um cônjuge, o outro falece pouco tempo depois. Para que a viuvez não represente o fim da vida para quem fica, o apoio familiar, uma atividade motivacional e uma rede de amizades são fundamentais.

De acordo com o geriatra Salo Bucksman, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, a perda do companheiro acarreta muitas outras, como a perda da companhia, do papel de cuidador mútuo (cuidar do outro muitas vezes passa a ser a razão de existir) e das próprias referências, já que o casal construiu uma vida juntos. Além disso, a dificuldade em lidar com as gerações mais novas faz com que ambos sintam-se ainda mais apegados um ao outro. "Eles falam a mesma língua e, depois de muitos anos juntos, têm muita afinidade".

Salo ressalta ainda que a viuvez implica, em alguns casos, na perda da independência. "Em algumas relações, homem e mulher têm papel bastante definidos. Ele fica responsável pelas finanças, enquanto ela cozinha e cuida da casa. Quando um morre, o outro já não consegue fazer o que o companheiro fazia e perde a independência", explica o geriatra.

Outro impacto é a perda financeira que vem com a viuvez. Em alguns casos, o idoso terá dificuldades em se manter sozinho, e caberá à família oferecer esse suporte. "Os parentes ajudarão o indivíduo a se reconstruir tanto no aspecto emocional quanto no financeiro", completa o especialista.

Tudo isso pode levar a uma depressão, em alguns casos, fatal. O viúvo perde a motivação para viver, o auto-cuidado e não se alimenta direito. Como conseqüência, as defesas do organismo diminuem, tornando-o suscetível a uma infecção, que aliada à idade pode levar a morte.
Para que a viuvez não represente o fim para quem continua, é preciso, antes de tudo, viver e assimilar o luto. Nesse caso, os familiares têm papel fundamental. É importante que eles não critiquem o idoso ao vê-lo chorar, e não deixem de falar sobre o assunto. "O luto deve estar bem elaborado na cabeça do indivíduo. Não adianta fingir que nada aconteceu".

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